segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Efeito Vulcânico: Por Que Sono Inadequado Durante O Dia (Falta De Sonecas Ou Sonecas Curtas) Resulta Em Extrema Irritação E Luta Contra O Sono?

Texto interessantíssimo sobre o sono dos bebês... e é um consolo para as mamães que passam as noites em claro hehehe...

O Efeito vulcânico: por que sono inadequado durante o dia (falta de sonecas ou sonecas curtas) resulta em extrema irritação e luta contra o sono?

Conheça a fisiologia do sono dos bebês e entenda porque às vezes você erra pensando que está acertando.

Sono é uma necessidade básica da existência humana. Sono adequado é necessário para que bebês descansem, se desenvolvam e para que os hormônios do crescimento atuem e suas necessidades dependem de idade e maturidade. Na primeira infância, os padrões e características do sono são diferentes dos adultos. Vamos discutir um pouco da fisiologia do sono de bebês a partir dos seguintes princípios (1, 2):
1. Como adultos dormem: adultos adormecem e entram primeiro em sono profundo "não-REM" (REM da sigla em inglês para “movimentos rápidos dos olhos”), no qual a respiração é superficial e regular e os músculos estão relaxados. Cerca de 1 hora e meia depois, se passa para o sono leve ou ativo (sono REM), no qual os olhos se movem sob as pálpebras enquanto o cérebro se “exercita”: sonhamos e nos movimentamos, podemos até ir ao banheiro e não lembrar de nada. Esses ciclos de sono leve e profundo continuam se alternando a cada 2 horas, em média, ao longo da noite. Resultado: dormimos cerca de seis horas de sono tranquilo e duas horas de sono ativo. 
2. Como bebês adormecem: bebês não têm maturidade para adormecerem sozinhos, sem ajuda, e precisam dos pais para isso (embora alguns bebês aceitem ser postos sonolentos no berço). Precisam de um ritual de sono repetitivo, que inclui contato corporal, como embalo, amamentação ou outro. Seus olhos se fecham, sua respiração fica irregular e ele pode se assustar, contrair os músculos e sorrir rapidamente, o chamado "sorriso do sono", e pode continuar a sugar com a boca tremendo. Então, você tenta transferi-lo para o berço e ele acorda imediatamente! Isso acontece porque ele não estava completamente adormecido e, sim, ainda no estágio de sono leve. Tente fazer todo o ritual acima, mas espere mais tempo (cerca de 20 minutos) até que entre em sono profundo: pare de sorrir, a respiração se torne regular e superficial e os músculos relaxem (punhos se abrem e braços e pernas ficam “pendurados”). 
Portanto: adultos geralmente vão direto para o estágio de sono profundo, enquanto que bebês começam no estágio de sono leve
3. Bebês têm ciclos de sono mais curtos que adultos: cerca de uma hora depois de adormecer, o bebê volta à fase de sono leve: começa a se movimentar, parece que vai sorrir, sua respiração torna-se irregular. Essa transição entre sono profundo e sono leve é um período vulnerável a despertares. Muitos bebês acordarão, então, se houver algum estímulo desconfortável ou irritante (fome, sede, barulhos e outros). Se ele não acordar, permanecerá em sono leve durante os próximos 10 minutos e retornará novamente para o sono profundo. Enquanto que os ciclos de sono dos adultos (passagem de sono leve para profundo e depois de volta ao sono leve) duram em média 90 minutos, os ciclos de sono dos bebês são mais curtos, têm de 50 a 60 minutos. Isto significa que os períodos vulneráveis para acordarem à noite acontecem a cada hora, em média. Nesse período vulnerável, você pode colocar uma mão carinhosa em suas costas ou permanecer ao seu lado se ele estiver na sua cama para ajudá-lo a superar esse período de sono leve sem acordar. Concluindo: alguns bebês precisam de ajuda para adormecerem novamente no período vulnerável a despertares entre os ciclos de sono.
4. Bebês não dormem tão profundamente quanto você: ou seja, bebês levam mais tempo para adormecer e têm mais períodos vulneráveis para acordar (cerca do dobro dos adultos). Isso parece injusto com os pais cansados depois de um longo dia cuidando deles. Entretanto, veja o próximo item e entenderá que essas acordadas mais frequentes existem por uma razão vital e que manipular o ritmo natural de sono do bebê pode não ser de seu melhor interesse (então pense bem antes de adotar métodos de "treinamento de sono" com técnicas e apetrechos).
5. Acordar durante a noite traz benefícios à sobrevivência: no início da vida do bebê suas necessidades estão no limite máximo, mas sua habilidade de comunicá-las é mínima. Vamos supor que um bebê dormisse profundamente a maior parte da noite, isso significa que algumas necessidades básicas não seriam supridas. Seus estômagos são diminutos e mamadas frequentes e em livre demanda são as únicas formas de atender todas as suas necessidades nutritivas e emocionais. Além disso, o leite materno é digerido com rapidez. Se a fome não fizesse o bebê acordar facilmente, isso seria um risco para sua sobrevivência. Da mesma forma, se uma dificuldade respiratória ou um ambiente frio não acordassem o bebê e ele não pudesse comunicar tais necessidades, sua sobrevivência estaria em jogo. Bebês, então, têm mais períodos vulneráveis ao sono, acordam mais, demoram mais para dormir. Parece até injusto, mas assim foram programados e há pesquisas que comprovam que o sono ativo os protege (3). Então, encorajar um bebê a dormir profundamente demais, cedo demais, pode não servir ao melhor interesse de sua sobrevivência e seu desenvolvimento
6. Acordar durante a noite tem seus benefícios em termos de desenvolvimento: pesquisas mostram que o sono leve ajuda o cérebro a desenvolver-se (4), pois o fluxo sanguíneo até o cérebro quase dobra durante o sono REM (aumento mais evidente na área do cérebro que controla automaticamente a respiração). Durante o sono REM, o organismo trabalha na produção neurológica e acredita-se que o cérebro usa esse período para processar informações adquiridas durante o dia. No estágio de sono leve, os centros mais elevados do cérebro permanecem operando, mas durante o sono profundo esses centros são desligados e o bebê é mantido através dos centros inferiores do seu cérebro. É possível que durante o estágio de crescimento rápido do cérebro (o cérebro dos bebês cresce até cerca de 70% do volume adulto durante os primeiros dois anos), o cérebro precise continuar funcionando durante o sono para desenvolver-se. É interessante notar que prematuros passam ainda mais tempo do seu sono (aproximadamente 90%)  em REM, talvez para acelerar o crescimento cerebral (5). Então, o período da vida que humanos dormem mais e o seu cérebro se desenvolve mais é quando têm o sono mais ativo. 
7. À medida que crescem, os bebês atingem a maturidade do sono: Tudo bem, já entendemos isso, mas a pergunta que não quer calar é: quando, afinal, meu bebê dormirá a noite toda? A verdade é que essa idade varia enormemente entre os bebês. Nos primeiros 3 meses de vida, bebezinhos raramente dormem por mais que 4 horas seguidas sem precisarem de uma mamada. Mesmo assim, eles dormem um total de 14-18 horas por dia. Entre 3 e 6 meses de idade, a maioria fica acordada por períodos maiores durante o dia e alguns podem até dormir por 5 horas seguidas durante a noite (e isso é chamado ‘dormir a noite toda’ para um bebê). Tenha em mente que outros pais geralmente exageram quanto ao padrão de sono de seus bebês, como se isso fosse um distintivo de "boa maternagem", quando, na verdade, não é.
8. Bebês ainda acordam conforme vão se desenvolvendo: apesar de atingirem uma maturidade de sono até o final do primeiro ano, muitos ainda acordam por vários motivos, tantos físicos como psicológicos. Acontecimentos importantes no desenvolvimento, como sentar, engatinhar, caminhar, levam os bebês a "praticarem" suas novas habilidades enquanto dormem. Então, entre um e dois anos de idade, quando o bebê começa a dormir durante os estímulos para acordar acima mencionados, outras causas levam-no a acordar durante a noite, como ansiedade de separação e pesadelos. Para revisar com detalhes as fases de crescimento e desenvolvimento que interferem no sono do bebê veja o artigo sobre o tema (6). Finalmente, outro fator que pode fazer uma diferença na qualidade de sono é sua alimentação. Para maiores informações, ler o artigo “Comer bem para dormir bem” (7). 
Agora que já sabemos essas lições essenciais do sono de bebês, vamos discutir a influência do sono diurno (sonecas) no sono noturno. Conforme a criança cresce e ganha maturidade, a quantidade de tempo que consegue ficar acordada e feliz aumenta. Assim, um bebê recém nascido só consegue ficar acordado de 1 a 2 horas antes que o cansaço se instale, enquanto que uma criança de 2 anos consegue durar até 7 horas acordada antes de precisar de uma soneca. Mas apenas após os 4 ou 5 anos de idade (as vezes mais) a criança consegue passar o dia todo sem sonecas e feliz, conforme a tabela e figuras abaixo.
Idade e tempo médio que crianças aguentam acordadas e felizes entre sonecas
Recém nascido1 - 2 horas
6 meses2 - 3 horas
12 meses3 - 4 horas
18 meses4 - 6 horas
2 anos5 - 7 horas
3 anos6 - 8 horas
4 anos6 - 12 horas
Gráfico de Horas de Sono e Sonecas por idade
Tabela e Figura 1Tempo médio necessário de sono noturno e diurno, por idade. Como se tratam de médias, variações são comuns e esperadas.
Então, imagine que pela manhã a criança acorda totalmente restaurada, cheia de energia, mas que conforme as horas passam, aos poucos, os benefícios do sono da noite passada são esgotados e ela precisa dormir novamente. Quando entendemos isso e não deixamos a criança ficar muito tempo acordada (“passar do ponto”, como costumamos dizer), e a colocamos para tirar uma soneca assim que percebermos sinais de sonolência, fortalecemos os benefícios do seu reservatório de sono, permitindo que ela ‘recomece’ o dia cheia de energia após cada período dormindo.
Por outro lado, quando não percebemos os sinais de sono (bocejar, esfregar olhos, perder interesse no ambiente, olhar parado, como “hipnotizado”, chorar, puxar cabelos e orelhas, algumas vezes até gritar), e não as ajudamos a adormecer quando os primeiros sinais aparecem (fazendo um ritual de soneca simples, porém repetitivo, com ambiente apropriado: escuro e com sons estáticos ao fundo), ou quando as “forçamos” a ficarem acordadas além de suas necessidades biológicas sem uma soneca, elas ficam exaustas, chorosas e infelizes. 
Conforme os números acima, bebês novinhos aguentam um breve espaço de tempo acordados e a pressão do sono já chega, apenas entre 1-3 horas depois de despertos. Por isso é que recém nascidos dormem várias sonecas ao dia e bebês novos requerem 2-4 sonecas diárias. Conforme o tempo, os ciclos de sono do bebê ganham uma maturidade e eles são capazes de ficar acordados mais tempo entre sonecas. 
Vale à pena reforçar também que, para serem restauradoras, as sonecas devem durar 1 hora no mínimo (para completarem as fases do ciclo de sono). Isso a partir de 3-4 meses, pois antes disso o padrão de sono é muito imaturo. Além disso, recém nascidos geralmente dormem em ambientes barulhentos e com atividades ao redor, mas conforme crescem, ambientes barulhentos e claros são distrações que interferem na habilidade do bebê adormecer. 
Aliás, pesquisas sugerem que até adultos se beneficiariam de uma soneca no meio do dia ou pelo menos uma pausa para descansar (8).
Então o que é esse tal de ‘efeito vulcânico’?
Conforme o dia passa e a pressão do sono se instala, a criança fica mais irritada, chorosa e menos flexível, tem menos paciência, perde a concentração e habilidade de aprender e absorver novas informações.  O termo científico para esse processo é "pressão de sono homeostática". Elizabeth Pantley, em um de seus livros especificamente sobre sonecas (9) chama esse fenômeno de ”efeito vulcânico”, que é o que adotamos também. Todos já vimos esses efeitos em bebês ou crianças. É tão claro como assistir um vulcão entrar em erupção. Observamos uma criança chorosa e irritada e pensamos: "É sono, precisa de uma soneca!" 
Sem o descanso da soneca a pressão homeostática continua se acumulando até o final do dia, crescendo e se intensificando, como um vulcão, até que a criança estará completamente exausta, elétrica e incapaz de parar a explosão. O resultado é uma batalha intensa na hora de dormir com uma criança exausta, ranzinza ou um bebê que não consegue adormecer, não importando o quão cansado esteja!
Isso acontece por que o cortisol, hormônio que sinaliza a vigília, é liberado em quantidades maiores quando a pressão do sono se instala e o descanso não ocorre. Cortisol também é o ‘hormônio do estresse’ que é liberado quando o bebê ou a criança chora (secretado em quantidades potencialmente danosas ao cérebro quando o choro não é consolado e prolongado) (10-15). Cortisol antagoniza os efeitos da serotonina e melatonina, substâncias responsáveis pelo sono. Ou seja, quanto mais tempo acordada, mais cortisol em seu corpinho, mais choro de irritação, que libera mais cortisol ainda, e mais dificuldades de dormir, além de poder acordar muito cedo também pela manhã no dia seguinte. 
Apesar de parecer paradoxal aos olhos de um adulto, isso explica porque a criança muito exausta, ao invés de adormecer facilmente, luta contra o sono (figura 2).
Progressão do efeito vulcânico no organismo.
Figura 2Progressão do efeito vulcânico no organismo.
Pior ainda, uma criança que perde sonecas dia após dia acumula privação de sono que a põe no estágio do “vulcão em erupção” mais e mais rápida e facilmente. E pior ainda é se ela está perdendo sonecas e também não tem uma boa qualidade ou quantidade de sono noturno!
Vale lembrar que o efeito vulcânico não acontece só em crianças, mas afeta adultos também, por isso nos vemos ranzinzas e irritados no final de um longo dia e quando as crianças estão irritadas e sonolentas o resultado é uma fileira inteira de vulcões explodindo!
A pressão de sono pode ser intensificada por problemas do ambiente como: noite de sono passada ruim (déficit de sono prévio), estresses diários, mudança na rotina, visitantes, dentes nascendo, doenças e outros. Mais ainda, o estado de espírito de cada pessoa afeta os outros, causando um mau humor contagioso, especialmente em bebês, que são muito especialmente sensíveis ao nosso estado de espírito. 
O conceito do vulcão traz ainda outra observação importante: sonecas de qualidade podem compensar por sono noturno perdido, mas tempo extra de sono noturno NÃO compensa sonecas perdidas (devido ao conceito de pressão de sono homeostático). Portanto, não importa se a criança dormiu bem à noite ou não, suas sonecas diárias são importantíssimas para liberar a pressão de sono em ascensão.
O que fazer para sair desse ciclo vicioso?
Algumas mães relatam que passam o dia todo tentando fazer seu bebê dormir, e muitas vezes isso acontece porque desconhecem o tempo médio que aguentam permanecer acordados fisiologicamente. Então eles “passam do ponto” ou entram em efeito vulcânico frequentemente. Deixam os bebês acordados até tarde da noite, não permitem que tirem sonecas por acreditarem que dormiriam melhor a noite (quando, na verdade, é o oposto), ou tiram sonecas rápidas, de meia hora ou menos, que não completam as fases do ciclo de sono e não são restauradoras. É um ciclo vicioso, uma bola de neve que se inicia logo pela manhã: quanto menos sono nos momentos apropriados, mais dificuldades para os sonos a seguir.
Então, a melhor estratégia para lidar com isso é prevenir que o efeito vulcânico se instale. Em primeiro lugar, investindo na qualidade das sonecas e ajudando o bebê a tirar sonecas restauradoras. Pode-se fazer isso da maneira mais eficiente que a mãe encontrar de adormecer o bebê, e não se esquecendo de proporcionar um ambiente apropriado ao sono (como já dito acima, um ambiente escuro e com sons estáticos ao fundo é o ideal). Sons estáticos são sons repetitivos e que conduzem ao sono, os quais o bebê já está acostumado a ouvir no útero materno, como, por exemplos: som do mar, chuva, oceano, ar condicionado, ventilador, secador de cabelo, rádio fora de sintonia e outros. Uma dica: grave um CD com este tipo de som e toque durante toda a duração da soneca e a noite toda também. Até nós adultos nos beneficiamos disso. Quem não dorme bem quando chove lá fora ou tira uma bela soneca numa rede a beira-mar?
Se for preciso esticar as sonecas colocando o bebê para dormir novamente no meio da soneca, faça-o, pois esse é um aprendizado que o bebê não faz sozinho, ele depende da nossa ajuda. Se o bebê dormir melhor no seu colo ou mamando ou precisar ser embalado novamente, que seja. É importante evitar a progressão do efeito vulcânico e um bebê exausto precisa mais do que nunca de ajuda para adormecer. Novamente, um ritual de sono noturno condutivo ao sono também é importante e é benéfico que as crianças durmam cedo, pois têm tendência a acordar cedo. 
A espécie humana é uma das que nascem mais precocemente no reino animal, até entre os primatas. Isso porque o "preço" da nossa inteligência, o cérebro enorme (que foi evoluindo por milhões de anos), não poderia terminar de se desenvolver no útero da mãe ou o parto não seria possível, em conjunção com outro fator evolutivo: nos levantamos e andamos, somos bípedes. Fato é que bebês nasceram neurologicamente inacabados! São dependentes e precisam de nossa ajuda, toque, carinho, atenção, ser atendidos quando choram, receber colo, ajuda para dormir quando precisam.
Em outras palavras, o bebê sente um mal estar, mas não sabe identificar a causa, não entende que é sono, não sabe como resolver esse problema (ou seja, dormindo), não sabe como pegar no sono, e só tem a linguagem do choro para comunicar suas necessidades (físicas e emocionais).
Para concluir: uma rotina com sonecas estáveis e restauradoras é muito importante, com um ritual de sono noturno que conduza ao sono. O que mais importa, então, é o intervalo entre sonecas e não o horário propriamente dito (lembrando que o intervalo que aguentam acordados vai aumentando conforme sua maturidade). 
Referências bibliográficas:
1- The Baby Sleep Book: The Complete Guide to a Good Night's Rest for the Whole Family (Sears Parenting Library), Little, Brown and Company; 1st edition, 2005.
2- All night long: understanding the world of infant sleep. Porter L. Breastfeed Rev. 2007 Nov;15(3):11-5. Review.
3- Infant growth in length follows prolonged sleep and increased naps. Lampl M, Johnson ML.Sleep. 2011 May 1;34(5):641-50. PMID: 21532958.
4- Sleep-related changes in the regulation of cerebral blood flow in newborn lambs. Silvani A, Bojic T, Franzini C, Lenzi P, Walker AM, Grant DA, Wild J, Zoccoli G.Sleep. 2004 Feb 1;27(1):36-41. PMID:14998235.
5- Development of fetal and neonatal sleep and circadian rhythms. Mirmiran M, Maas YG, Ariagno RL. Sleep Med Rev. 2003 Aug;7(4):321-34. Review. PMID:14505599.
6- Mortensen, M. Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança. Guia do bebê, 2011.
http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/
7- Mortensen, A. Comer bem para dormir bem. Guia do bebê, 2011.
 http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/
8- A daytime nap containing solely non-REM sleep enhances declarative but not procedural memory. Tucker MA, Hirota Y, Wamsley EJ, Lau H, Chaklader A, Fishbein W. Neurobiol Learn Mem. 2006 Sep;86(2):241-7. Epub 2006 May 2. PMID: 16647282 
9- Elizabeth Pantley, ‘The No-Cry Nap Solution: Guaranteed Gentle Ways to Solve All Your Naptime Problems’. McGraw-Hill; 1 edition (December 2, 2008).
10- France KG.  Behavior characteristics and security in sleep-disturbed infants treated with extinction.  Journal of Pediatric Psychology 1992; 17: 467-475.
11- White BP, Gunnar MR, Larson MC, Donzella B, Barr RG.  Behavioral and physiological responsivity, sleep, and patterns of daily cortisol production in infants with and without colic.  Child Development 2000; 71: 862-877.
12- de Weerth C, Zijl RH, Buitelaar JK. Development of cortisol circadian rhythm in infancy. Early Human Development 2003; 7: 39-52.
13- Goldberg S, Levitan R, Leung E, Masellis M, Basile VS, Nemeroff CB, Atkinson L.  Cortison concentrations in 12- to 18-month-old infants: stability over time, location, and stressor.  Biological Psychiatry 2003; 54: 719-726.
14- Lupien SJ, McEwan BS, Gunnar MR, Heim C.  Effects of stress throughout the lifespan on the brain, behavior, and cognition.  Nature Reviews 2009; 10: 434-445.
15- Gunnar, M. R. Social regulation of stress in early childhood. In K. McCartney & D. Phillips (Eds.), Blackwell Handbook of Early Childhood Development (pp. 106-125). 2006. Malden: Blackwell Publishing.
Esta página foi publicada em: 14/03/2012.

sábado, 8 de dezembro de 2012

I know you mean well, but...


Só que, tem filhos sabe o quanto tem de opiniões obrando em relação a todos os quesitos. Você nunca ouviu: 'cuidado, se pegar mito no colo, essa criança vai ficar mimada!" ou "Tem que deixar chorar, senão sua vida vai virar um inferno". Há um tempo atrás, enquanto anda estava grávida, postei o link do Nana Nenê. (Atenção, existem dois Nana Nenê. Esse que eu postei é um mais light, não aquele que diz que a criança tem que se esgoelar no berço.)
O livro tem dicas ótimas, mas quando a criança nasce, a gente vê que, invariavelmente acaba fazendo um monte de coisas que os livros dizem para não fazer... e isso faz parte de ser pai e mãe. Eu que sou psicóloga, vi que na hora H, você não pensa em teoria, assim como com o paciente no consultório. Agora entendo o que é estar aberto para recebê-lo e escutá-lo, sem colocar a teoria na frente de nada, e sim usá-la como auxílio. É dessa maneira com o bebê e assim que deve ser na sala de análise...bem já dizia nosso querido Winnicott.

Pois bem, achei um site bem legal que fala sobre questões comuns a todos os papais e mamães. Eu particularmente gostei do texto abaixo que diz que cada bebê dá a dica de como precisa ser cuidado. Ouvimos demais as opiniões dos outros e, por mais que possamos aproveitar alguns conselhos, não há regra específica e bebê não vem com manual.

http://www.askdrsears.com


The Shutdown Syndrome

Throughout our 30 years of working with parents
and babies, we have grown to appreciate the correlation between how well
children thrive (emotionally and physically) and the style of parenting they
receive.
"You're spoiling that baby!" First-time parents Linda
and Norm brought their four-month-old high-need baby, Heather, into my office
for consultation because Heather had stopped growing. Heather had previously
been a happy baby, thriving on a full dose of attachment parenting. She was
carried many hours a day in a baby sling, her cries were given a prompt and
nurturant response, she was breastfed on cue, and she was literally in physical
touch with one of her parents most of the day. The whole family was thriving and
this style of parenting was working for them. Well-meaning friends convinced
these parents that they were spoiling their baby, that she was manipulating them, and that Heather would grow up to be a clingy,
dependent child.
Parents lost trust. Like many first-time parents, Norm and
Linda lost confidence in what they were doing and yielded to the peer pressure
of adopting a more restrained and distant style of parenting. They let Heather
cry herself to sleep, scheduled her feedings, and for fear of spoiling, they
didn't carry her as much. Over the next two months Heather went from being happy
and interactive to sad and withdrawn. Her weight leveled off, and she went from
the top of the growth chart to the bottom. Heather was no longer thriving, and
neither were her parents.
Baby lost trust. After two months of no growth, Heather was labeled by her
doctor "failure to thrive" and was about to
undergo an extensive medical exam. When the parents consulted me, I diagnosed
the shutdown syndrome. I explained that Heather had been thriving because of
their responsive style of parenting. Because of their parenting, Heather had
trusted that her needs would be met and her overall physiology had been
organized. In thinking they were doing the best for their infant, these parents
let themselves be persuaded into another style of parenting. They unknowingly
pulled the attachment plug on Heather, and the connection that had caused her to
thrive was gone. A sort of baby depression resulted,
and her physiologic systems slowed down. I advised the parents to return to
their previous high-touch, attachment style of parenting—to carry her a lot,
breastfeed on cue, and respond sensitively to her cries by day and night. Within
a month Heather was again thriving.
Babies thrive when nurtured. We believe every baby has a critical level of
need for touch and nurturing in order to thrive. (Thriving
means not just getting bigger, but growing to one's potential, physically and
emotionally.) We believe that babies have the ability to teach their parents
what level of parenting they need. It's up to the parents to listen, and it's up
to professionals to support the parents' confidence and not undermine it by
advising a more distant style of parenting, such as "let your baby cry-it-out"
or "you've got to put him down more." Only the baby knows his or her level of
need; and the parents are the ones that are best able to read their baby's
language.
Babies who are "trained" not to express their needs may appear to be docile,
compliant, or "good" babies. Yet, these babies could be
depressed babies who are shutting down the expression of their needs. They may
become children who don't speak up to get their needs met and eventually become
the highest-need adults.

Bisous,

Léssel.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amamentação: A Moda do Pouco Leite

Olá!!
quero começar a falar de alguns assuntos importantíssimos...o primeiro deles é amamentação. Vou falar do que li, de como tem sido minha experiência pessoal e trazer alguns depoimentos de pessoas que conheço, porque é um assunto polêmico e cada um tem uma experiência muito particular. Postei abaixo um link de um assunto que realmente está muito 'na moda' e que estou vivendo pessoalmente...Mais para frente conto um pouquinho da minha história pessoal.
Um beijo!

Amamentação: A Moda do Pouco Leite
Amamentação: A Moda do Pouco Leite
Estou realmente bem preocupada com a quantidade de mamães que me procuram por acharem que estão produzindo pouco leite. Quando iniciei com o trabalho de consultoria em amamentação, os problemas eram fissuras, dor para amamentar, ingurgitamento, as dificuldades iniciais da amamentação, e o panorama está mudando. Mamães desesperadas, tendo que dar complemento de fórmula artificial porque seu leite está diminuindo.
Vou tentar não ser muito técnica para escrever sobre o assunto, mas acho importante essa discussão, já que virou moda o assunto!
Quase todas as mães podem produzir leite suficiente para um ou até mesmo dois bebês, desde que o bebê sugue efetivamente e mame tão frequentemente quanto queira. Isso significa que, o bebê tem que esvaziar completamente a mama para que as glândulas mamárias produzam mais leite, e as mamadas devem ser sem rigidez de horários, sempre que o bebê emitir o sinal de fome.
Mesmo quando uma mãe acha que tem pouco leite, o bebê em geral está mamando todo o leite de que necessita. A quantidade de leite que as mamas produzem é determinada pelo volume que o bebê retira; quanto mais leite o bebê retira mais se produz.
Em alguns poucos casos de mães que não conseguem produzir leite suficiente, isto se deve à falta de um adequado desenvolvimento da glândula mamária ou a distúrbio hormonal, saliento aqui que são casos raros.

Ocasionalmente, a mãe pode observar que não houve mudanças em suas mamas durante a gravidez ou nas primeiras semanas depois do parto e não conseguir retirar leite do peito nos primeiros 4-5 dias. Ela pode ser uma dentre as poucas mães que não são capazes de produzir quantidade suficiente de leite.

As mães referem uma variedade de sinais que as levam a pensar que estão produzindo pouco leite. Entretanto, existem apenas dois sinais que mostram de forma confiável que o bebê não está mamando leite suficiente. Esses dois sinais são: pouco ganho de peso (e isso também depende do biotipo de cada bebê) e eliminação de pequena quantidade de urina e concentrada (muito amarela).
Existem outros possíveis sinais que podem significar que um bebê não está mamando leite suficiente (atenção, possíveis sinais):
Um bebê que não parece satisfeito após as mamadas ou que quer mamar com muita frequência ou por tempo prolongado em cada mamada, pode estar sugando de forma ineficiente, ou seja, apresenta uma pega ruim, consequentemente não consegue obter leite facilmente, podendo apresentar pouco ganho de peso.
Se um bebê mama de forma infrequente ou se não mama à noite, a mãe pode produzir menos leite. A maioria dos bebês mama 10 a 15 vezes ou mais durante 24 horas, especialmente nas primeiras semanas. Se um bebê mama menos que 8 vezes em 24 horas ele pode não obter leite o bastante. Uma razão comum pela qual um bebê não consegue leite suficiente é quando a mãe lhe dá mamadas muito curtas. A maioria dos bebês mama de 15 a 30 minutos ou mais em cada mamada. Quando eles conseguem todo o leite que desejam eles próprios largam o peito. Se uma mãe interrompe a mamada em poucos minutos seu bebê pode não obter todo o leite de que necessita e pode querer mamar logo.
Se o bebê chora muito, a mãe pode pensar que tem pouco leite. Entretanto, há outros motivos pelos quais um bebê chora. Às vezes, os bebês parecem mais famintos que o habitual por alguns dias, possivelmente porque estão crescendo mais rápido que anteriormente. Isto é chamado de salto de crescimento e desenvolvimento. Alguns bebês choram muito porque precisam ser abraçados e carregados mais que outros. Outra razão comum para o choro é a cólica. Um bebê com cólica geralmente chora de forma contínua em certo período do dia, geralmente ao anoitecer. O bebê pode encolher suas pernas como se tivesse dor abdominal. Bebês com cólica crescem bem e o choro geralmente diminui depois dos três meses de idade.
A frequência com que bebês, adequadamente amamentados e sadios, evacuam é variável. Alguns bebês não evacuam por vários dias enquanto outros o fazem oito ou mais vezes ao dia. Entretanto, as fezes de um bebê amamentado são semi-líquidas e, quando infrequentes, geralmente são eliminadas em grande quantidade. Se um bebê evacua de maneira infrequente e as fezes são pequenas, duras, secas ou verdes o bebê pode não estar mamando todo o leite de que necessita.
Dar alimentos complementares antes de 4-6 meses, mesmo que seja água, ou o uso de chupeta, fazem com que o bebê sugue menos o peito. Mamadeiras e chupetas podem também interferir na pega do bebê ao seio. Como resultado, a mãe produz menos leite.
Também existem as razões relacionadas ao estado psicológico da mãe, e é bastante comum: falta de confiança, preocupação, estresse, cansaço. E qual mãe nunca passou por isso???
Mães preocupadas ou estressadas podem ter dificuldades de responder a seus bebês e de satisfazê-los. O estresse agudo pode reduzir temporariamente o fluxo de leite e, assim dar a impressão de que este diminuiu. Vira uma bola de neve, estresse, pouco leite, mais estresse, bebê chorando, muito mais estresse, mamadeira, menos mamadas, menos leite.....desmame precoce!
Quando a mãe se tranquiliza, e amamenta sem preocupações, deixa a natureza fluir, a amamentação acontece naturalmente. Porém, as mamães que pensam ter pouco leite precisam de ajuda e apoio de uma pessoa capacitada para superar essa dificuldade e ultrapassar mais uma barreira da amamentação.
Será que as índias tem dúvida em relação à sua capacidade de produzir leite? Claro que não, elas confiam em si mesmas!

Abraços,
Nutricionista Rosane Baldissera
Consultora em Amamentação – Porto Alegre/RS
Fones: (51) 95329195 ou 91684658
Parceira do Blog Da Fertilidade à Maternidade


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Maratona dos primeiros dias



Onze dias após o parto, finalmente consigo um tempinho para escrever, enquanto Anna Beatriz dorme tranquilamente do meu lado na mesa de café. Minha neném nasceu com 3730kg, medindo 49,5 cm. Um bebezão enorme e cheio de saúde! tenho que admitir que me perguntei como ela saiu de mim, porque sou pequena...no wonder eu ter ficado tão barriguda...e é isso, meus queridos, você carrega a mocinha no ventre por 9 meses, para ela nascer a CÓPIA do pai. Para não dizer que não tem nada de mim, consegui printar uma covinha na bochecha esquerda, que eu herdei da minha bisa. Mas é uma delícia você ver que botou no mundo alguém tão parecido com o homem que você escolheu pra ficar do seu lado e te acompanhar pela jornada da vida.
Bibi não nasceu de parto normal...apesar das contrações alucinantes, não consegui dilatar nem um cm e olha que eu e meu médico tentamos e esperamos, porque ele sabia como era importante para mim...mas com o nível das contrações e zero de dilatação, eu ia desmaiar, o feto ia entrar em sofrimento desnecessário e on top of it all, a cabeça dela estava fletida para trás, o que dificultaria o parto absurdamente, correndo o risco de eu ter de fazer uma cesárea anyways... a verdade é que fiquei muito frustrada, com a sensação de não poder por no mundo de forma natural minha própria filha...mas depois de olhar para a carinha dela, ver o quanto ela nasceu bem, a gente começa a entender que já começamos a ser mães no momento que colocamos nosso ego de lado  e abrimos mão de todas as convicções que carregamos a vida inteira em prol desse serzinho que nasceu agora. O importante é ela estar bem....o resto é o resto...
Só um adendo: na hora da anestesia é strawberry fields forever! O povo te puxa, te torce, te corta e tranquilamente você recebe seu bebê em uma meia hora. Seu marido apavorado acompanha tudo isso e não entende como podem ter 4 mãos mexendo e você e estado meio de transe...
Mal sabia eu que a maratona ia começar!
Bebê vem mamar, é a sensação mais maravilhosa do mundo...a primeira vez que ela procura o peito é mágica e é surpreendente. Hospital lotado, consigo quarto 12 horas depois...Alojamento semi-contínuo (de dia, pq de noite mamãe tem que descansar um pouquinho), mamadas de três em três horas, enfermeiras ótimas, enfermeiras que falam besteira na sua orelha, visita, obstetra que vem checar pontos, visita, soro, medicamento que dá sono, mais mamada, gente que fala que tem que mamar 10 mins em cada seio pra não fissurar, visita, enfermeira que diz que tem que mamar o tempo que quiser, mais visita, só vem colostro, neném perdeu peso, chora sem parar no berçário  chamam papai pra acalmar, papai acalma, neném está com um pouquinho de febre, enfermeira diz que esta desidratado, mais visita, neném chora, enfermeira diz que vai precisar de complemento, mãe chora porque sente-se incapaz de alimentar a  filha, diz que não quer complemento, pai consola e convence, mãe topa dar complemento, febre baixa, neném perde ainda um pouco de peso, mas com velocidade mais baixa,  glicemia ok, neném mama, fissurinha no seio que dói um pouco, cansaço, visita, hora da alta, mais complemento, time to go home, car seat, neném dorme, papai insiste em comprar Nan, chega em casa, tudo tranquilo, papai e mamãe felizes, neném no carrinho, mama, dorme no quarto no berço de camping, mamãe e papai não dormem direito olhando neném, dia seguinte abriram a tampa do inferno em SP, calor e mais calor, neném mama, troca muita fralda, primeiro banho em casa, papai e mamãe trabalho em equipe, neném chora e grita, febre de 38 graus, desespero, irmã no telefone fala pra manter a calma, toalhinha com água morna no pé da criança, febre baixa, pediatra na linha, manda dar mais complemento porque criança está desidratada, criança bebe e dorme, febre baixa, dia seguinte no pediatra recuperou um pouco de peso, neném está bem...
Realmente não é fácil...principalmente por quem opta por ficar sem babá ou enfermeira neste início...para mim é muito importante conhecer bem meu bebê, entender o funcionamento dela, como ela se comunica, do que ela gosta...por isso quis ficar o máximo pertinho dela.  Mesmo não dormindo direito à noite, vale muuuuuito a pena!
Mais para frente vou falar um pouco de amamentação, das minha experiência pessoal, expectativas e dicas. Aguardemmmmmmm...


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Labor day??

Estou em pleno trabalho de parto. E como quero parto normal, estou passando por absolutamente por todas aquelas fases em que não temos certeza se o que está acontecendo é alarme falso ou o verdadeiro trabalho de parto. Achei esse link super interessante e, entre uma contração e outra (ai), achei essa explicação a mais detalhada e fácil de diferenciar:

http://www.webmd.com/baby/guide/true-false-labor

ups, bora pro hospital....depois termino. bjsssssssss


sábado, 20 de outubro de 2012

On Becoming Baby Wise...


Mommies and future mommies, vim qui hoje contar para vocês sobre o livro Nana Nenê (Baby Wise), que finalmente estou lendo. Ele dá varias dicas de como incluir o bebê em uma rotina, como amamentar, o que fazer se quiser aumentar a produção de leite, quando o bebê deve estar dormindo ou acordado, quando a mãe não consegue amamentar, o que fazer quando o bebê chora sem parar, como ver se ele está bem alimentado...esse livro é bem controverso, muita gente que defende a livre demanda (dar o peito na hora que o bebê quiser) acha os ensinamentos desse livro cruéis. Eu tenho que admitir que achei muito úteis e acho que deixam a mãe mas norteada e segura, porém só vou poder dizer se realmente funciona na prática, therefore... aguardem!!!
besitos
PS. Tenho a cópia em PDF para quem quiser. Não tá uma Brastemp, mas tá legível.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Renúncias...

Trinta e oito semanas e meiaaa e nada de Bibi...quer dizer tudo dela porque os socos e chutes são bem fortes!!! acho que ela está ficando apertadinha, mas não sei se quer sair ainda...fico pensando se é confortável ficar sem espaço e de cabeça para baixo....mas ela que vai escolher a hora que quer vir ao mundo. E eu, enquanto isso, comendo uma panela de brigadeiro, porque não sou de ferro!!!!! Tô ansiosaaaaaa!!!!
Nessas últimas semanas várias coisas passaram pela minha cabeça. Muitos hormônios, muita alteração de humor, muitas dúvidas e medos. A vida vai mudar pra sempre e na verdade vai continuar a mesma, ou seja, os papéis vão aumentar...mais um papel, o de mãe, sem deixar as outras petecas caírem: as petecas mulher, filha, esposa, profissional, amiga, e principalmente a peteca Léssel, que coordena todas as outras, mas tem uma essência só. E aos poucos vou, simbolicamente, deixando meu corpo de grávida, para dar espaço ao corpo de mulher novamente. Digo simbolicamente, porque vem muito antes do real...não sei quanto tempo realmente demorarei para voltar a minha forma natural. De qualquer maneira, tornar-se mãe significa uma renúncia de muitas coisas. Assim como quando você escolhe um trabalho, um marido ou quando resolve ficar um dia jogada no sofá se entupindo de chocolate. Nada é certo ou errado, mas toda a escolha significa abrir mão de algo. E escolher é crescer. A criança não entende isso, e muita gente, quando cresce, também não. É dificil renunciar, seja por amor, por responsabilidade, por honra...só não dá pra ser por culpa. Porque a culpa não é legitima, a culpa consome e, das duas uma: ou a gente explode ou a gente adoece ou ainda fica dando loops a vida toda no mesmo lugar...isso não significa que as vezes não dá vontade de chutar o pau da barraca, mas quando a gente assume o que quer, isso passa e dá uma tranquilidade para o coração.
Meu chefe tem uma frase que carrego comigo: a vida é uma pizza. Essa pizza é dividida em vários pedaços e cada um deles com uma parte da nossa energia investida. Se pusermos mais energia em um pedaço, necessariamente temos de tirar do outro. A matemática é simples assim. O total é 100% e a e escolha é nossa de como usamos esses 100%. Mesmo que isso seja dinâmico, pois estamos todo o tempo nos ajustando.
Por exemplo: vamos ver quanto vou conseguir postar depois que ela nascer...minha pizza vai ser metade dela por um tempo haha! Amo!!!!